Trama protagonizada por Gloria Pires está no Vale a Pena Ver de Novo
Pesquisador especialista em dramaturgia
Tendo como base a novela Mulheres de Areia, produzida originariamente pela TV Tupi em 1973/74, Ivani Ribeiro, uma das mais importantes autoras da teledramaturgia, recriou com intenso brilhantismo a versão apresentada pela Rede Globo em 1993. À trama das gêmeas Ruth e Raquel, verdadeiro desvendar da alma feminina, Ivani uniu outro texto de impacto: O Espantalho, tratando de pôr na ordem do dia a questão ambiental e os perigos das praias poluídas.
Mas muitos foram os destaques desta novela que retorna no Vale a Pena Ver de Novo: os embates entre Ruth e Raquel, o bem e o mal presentes na ancestralidade humana, levavam o público ao delírio, sem falar na relação doentia que a mãe das gêmeas, Isaura (Laura Cardoso), mantinha com as filhas. Além deles, há a conturbada relação entre Malu (Vivianne Pasmanter) e Alaor (Humberto Martins) e os conflitos do empresário Virgílio Assunção (Raul Cortez) com o prefeito ambientalista Breno (Daniel Dantas) em torno da utilização da praia poluída em Pontal D'Areia (fictícia cidade do litoral fluminense). Virgílio, Malu, Alaor, Clarita (Suzana Vieira), Floriano (Sebastião Vasconcelos), Isaura (Laura Cardoso) e Donato (Paulo Goulart) são personagens marcantes da trama. Todavia, o maior destaque desta novela é o lírico Tonho da Lua, em uma das melhores atuações de Marcos Frota, inesquecível e sensível em sua composição e construção das “mulheres de areia” que nos conduzem, de maneira concreta, ao título da novela. Por fim, a direção de Wolf Maya e o elenco estiveram em grande sintonia numa produção de altíssima qualidade resultando numa das melhores novelas da teledramaturgia mundial.
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